Oiço esta lareira em desejo
E sei que aos poucos
Ela morre
Tal como morrem
Todas as palavras que
escrevo
Oiço esta lareira que
sofre
Quando um pedaço de
madeira
Invisível
Brinca
E espera que eu a
acaricie
E quando coloco a minha
mão
Sobre o seu cabelo
Esta lareira onde ardem
as minhas palavras
Cerra os olhos
E olho-a enquanto se
extingue na noite de ninguém
Alijó, 02/11/2022
Francisco Luís Fontinha
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