quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Noite de ninguém

 Oiço esta lareira em desejo

E sei que aos poucos

Ela morre

Tal como morrem

Todas as palavras que escrevo

 

Oiço esta lareira que sofre

Quando um pedaço de madeira

Invisível

Brinca

E espera que eu a acaricie

 

E quando coloco a minha mão

Sobre o seu cabelo

Esta lareira onde ardem as minhas palavras

Cerra os olhos

E olho-a enquanto se extingue na noite de ninguém

 

 

 

 

Alijó, 02/11/2022

Francisco Luís Fontinha

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