Não sei o que dizem as palavras da madrugada,
Não sei porque dança
sobre o mar a insónia,
Não sei porque morrem as
flores na Primavera,
Não sei porque brinca no
poema a saudade,
Não sei porque o teu
cabelo se escondeu no pôr-do-sol,
Não sei porque os
pássaros se suicidam na minha sombra,
Não sei porque morreste…
Não sei porque voaste
como uma gaivota,
Não sei porque escrevo o
meu nome,
Não sei porque durmo
acordado,
Não sei porque dizem que
não valho nada…
Não sei porque brinca no
poema a saudade,
Não sei porque desenho
estas merdas sem nexo,
Não sei porque vagueio
entre os parêntesis da alvorada,
Não sei porque sei que
esta cidade é uma jangada,
Não sei porque vivem as
árvores,
Não sei porque sorri esta
criança,
Não sei porque há nuvens
em papel
E pequenos silêncios de
nada,
Não sei porque semeio
palavras,
Não sei porque as sombras
da noite
São pequenas sílabas soltas
no vento,
Não sei porque são os
sonhos alimento,
Não sei porque são as
estrelas negros pontos de medo…
Não sei.
Alijó, 1/09/2022
Francisco Luís Fontinha
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