Entre parêntesis,
Este corpo desgovernado,
Entre parêntesis,
Estas mãos à procura de
pão,
Entre parêntesis,
Este sonho cansado,
Entre parêntesis,
Esta mão
Que não chora,
Entre parêntesis,
Entre o vento mal-amanhado,
Descendo a calçada,
Subindo às montanhas em
delírio…
Entre parêntesis,
Este corpo desgovernado,
Neste silêncio inventado,
Entre parêntesis,
Este poema enforcado,
Antes de acordar o luar,
Antes de acordar a madrugada…
Entre parêntesis,
Esta mão que não chora,
Porque esta mão de pintar…
Dorme em ti, como dormem
os peixinhos do mar.
Alijó, 31/08/2022
Francisco Luís Fontinha
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