Descia sobre mim
A velocidade do sono.
Dos cortinados da
ausência,
Percebia-se que a tarde
se iria suicidar
Na manhã transeunte de
Inverno,
Saltitando de maré em
maré,
Pulando os socalcos do
inferno,
Até encontrar o mar.
Estava escrito na minha
infância,
Que uma cidade rabugenta
Subia a montanha,
Até beijar a boca que
alimenta
A fome trapézica do
veneno… ou a morte de Zeus.
E corria
Na sombra magenta que
apanha
O cansaço de Deus,
Que tudo ele podia,
Que tudo era apenas uma
cidade ardida,
Que tudo ele sentia,
Sentia a dor da mãe
ferida.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 11/10/2021
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