segunda-feira, 12 de agosto de 2019

O bar


Minhas mãos nas tuas mãos.

Os meus dedos nos teus dedos.

Os teus lábios nos meus lábios.

Quando a noite se esconde na mesa de um bar.

Não há cansaço,

Não existe o medo de não ser,

Amado,

Poeta,

Desengraçado.

Minhas mãos nas tuas mãos.

Os teus dedos, débeis e frágeis,

Esquecidos no meu cabelo.

O livro sobre a mesa.

O cigarro arde,

E tu pareces o silêncio Luar,

Na areia fina do mar.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

12/08/2019

domingo, 11 de agosto de 2019

O magala desempregado


Amor!

Todos os beijos são poucos,

Quando a madrugada dorme.

Sonho,

Alimento-me do teu sorriso brincando nos socalcos,

Ao fundo o rio,

Um magala desempregado,

Desce a Calçada,

Senta-se no teu colo…

E escreve o mais belo poema de amor.

O que é o amor?

Um silêncio perdido na escuridão?

Uma mulher em cio plantada num qualquer jardim da cidade?

O amor é a morte dos curiosos,

O cerrar de todas as janelas da cidade,

Dois corpos em chamas,

Despidos no desejo nocturno dos pássaros sem nome.

O amor é quando dos teus lábios brotam cerejas,

E uvas,

E mangas,

Do meu quintal de Luanda.

O amor é belo,

Como as nuvens envergonhadas,

Nas lâmpadas silenciosas do amanhecer.

Amor!

Todos os abraços são palavras dispersas que habitam a minha boca,

Quando ela se entranha na tua…

E ouvimos o chilrear das andorinhas em flor…

O amor é.

Acontece,

Vive-se,

E nunca se esquece…

Ai o amor, meu amor!

 

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

11/08/2019