O
Diabo no corpo,
O
ressequido esquiço da vaidade suspensa na noite,
A
dor emagrecida prisioneira ao esqueleto de vidro,
O
mar escalfado e esquecido na escuridão,
Barcos
argamassados pela tua mão…
Ao
deitar, três drageias e uma colher de xarope,
Um
copo de uísque voa entre quatro paredes sem janelas,
Visto-me,
Fujo
de casa com um livro na mão,
Nunca
mais regressarei,
Serei
um fugitivo nato, um homem sem casaco, nu…
Em
direcção aos rochedos da morte,
Quero
esquecer tudo, mas as tuas mãos recordam-me a dor,
E
o sofrido corpo,
Domingo,
Segunda-feira cá em casa, uma vida em separado, e mergulhado nos papéis da
saudade,
Fujo,
Vou-me
separar dos livros e dos pincéis,
Queimar
todas as telas…
E
sentar-me junto à janela…
E
esquecer-te.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
9 de Agosto de 2017
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