Vou
escrevendo antes que termine o dia,
E
o meu corpo, se transforme em cinza luar,
Vou
escrevendo sem alegria,
Porque
regressando a noite escura,
Não
tenho força para abraçar o mar…
Nem
tempo para a ternura,
Sei
que aos teus olhos sou um cadáver sem destino,
Um
barco ancorado ao teu sorriso de prata,
Um
pobre menino…
Vivendo
num bairro de lata,
Vou
escrevendo…
Vou
escrevendo antes que termine o dia,
E
o meu corpo, se transforme em cinza luar…
Vou
vivendo o dia, antes que este termine e regresse o teu cabelo desajeitado,
Oiço
no teu silêncio a viagem do mendigo…
Quando
em tempos sentia
O
peso esquecido
Da
morte espada sentes de lutar,
Há-de
crescer um dia,
Onde
vou escrever as palavras dardos de sangue das tuas coxas de xisto prateado…
Sento-me
na rua…
Sento-me,
escrevendo o que a mão me deixar,
E
alguém dizia,
Que
a tua poesia
Livre
e nua
Adormecia
na minha solidão de amar…
Vou
escrevendo, vagabundo da cidade perdida.
Francisco
Luís fontinha
Alijó,
20 de Junho de 2017
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