domingo, 9 de agosto de 2015

Desenho


Não tenho sono,

Esta cidade foge de mim como foge o amor correndo em direcção ao mar,

Desço aos profundos poços do abismo,

Medo não o tenho,

Mas tenho medo do amor proibido…

O meu barco afundou-se,

Somos alguns marinheiros e alguma ferrugem,

Sei que não vou regressar,

Encontrar,

Os jardins da nossa infância,

Os beijos da adolescência,

Um soluço,

 

Dentro do mar,

Corríamos como cabras loucas procurando o luar,

Encontrávamos palavras,

E ribeiras a chorar,

Urgentemente… só como sempre o sonhei,

Aqui sobre esta pedra… a sonhar,

 

Aqui… solitariamente… recordando as lágrimas que chorei.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 9 de Agosto de 2015

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