quarta-feira, 13 de maio de 2015

O poema abandonado


Há-de nascer nos teus lábios

A madrugada em papel

Com desenhos em lágrimas de silêncio

Depois

Descerá a Lua

E todas as estrelas de sorriso monótono…

Sobre ti

Com o perfume do desejo

Suspenso na tarde húmida do teu corpo

Há-de nascer

Um dia

Uma noite,

 

Qualquer

Indivisa

Sem fim

Nos parêntesis da paixão,

 

Há-de nascer

Sobre ti

E em ti

O poema abandonado

E esquecido

Que o poeta escreveu

Antes

De acordar

Em ti

E sobre ti

Há-de…

Crescer na tua mão,

 

E só com a morte irá partir!

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quarta-feira, 13 de Maio de 2015

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