sábado, 25 de abril de 2015

No teu corpo em STOP


as hastes virtuais do cansaço alimento

tenho no corpo as sentinelas do abismo

pensando bem

amanhã perguntarei ao corredor envidraçado

se...

se a Primavera é isto...

a porcaria caligrafia dos voos nocturnos da paixão

o exilado amor

acorrentado às primeiras páginas de um livro

as tormentosas sílabas do adeus

caminhando junto à praia

a morte constituída arguida das sombras em flor

o prisioneiro eu


sempre só

meu amor

amor meu


sou uma árvore sem sorriso

um esqueleto de letras

cambaleando na noite dela

nunca tive a noite

meu amor

sentia-me disforme

ambíguo

sonâmbulo das viagens clandestinas

no teu corpo em STOP

Pára tudo

meu amor

as pessoas

os carros

as pessoas e os carros

embrulhados em perfume de luz

vou

e acredito não voltar mais

para quê?

meu amor...

regressar aos teus braços...

 

Francisco Luís Fontinha - Alijó

Sábado, 25 de Abril de 2015

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