terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

A vírgula do desejo

(desenho de Francisco Luís Fontinha)


A morte suspende-se-lhe no peito
como uma âncora de luz atravessando a solidão dos dias
os minutos em euforia
depois de passar a tempestade
e nas mãos poisa uma caneta invisível
sem tinta
palavras...
os minutos desassossegados como cidades a arder
as cancelas do silêncio caminhando junto ao mar...
sós
nas lânguidas canções de areia
e nos atormentados sonhos da madrugada,

Uma vírgula sem Pátria
a aldeia encalhada nos seios da alvorada
uma flor cansada
na lapela
morte
depois regressam as saudades
e os beijos de papel...
e no peito nascerá uma lápide de sombra
como todas as lápides de sombra nos sótãos dos loucos amantes
em corpos incandescentes
do amor
e da paixão...



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2015


Sem comentários:

Enviar um comentário