Os poemas ao fim da
tarde
este mesquinho
silêncio
quando entra pela
janela
e lá fora
um barco em espera
esquelético
cansado
farto do mar...
os poemas ao fim da
tarde
com fome de matar
a voz do teu
clitóris em tristes soluços na madrugada
os poemas ao fim da
tarde... são poemas de nada,
poemas... poemas de
amar
o estranho invisível
quadrado com sorriso de vidro
há nas palavras a
força da revolta
o corpo em lágrimas
que só a cidade...
que só a cidade
consegue absorver
os poemas ao fim da
tarde
o vento de sémen
contra uma árvore
e os pássaros dos
teus cabelos
brincando na seara
entre pedras e
enxadas
sempre... sempre,
sempre que um relógio acorda... e ninguém sabes onde habitam “os
poemas ao fim da tarde”.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 28 de
Dezembro de 2014
Sem comentários:
Enviar um comentário