Queima o filme negro
da tua vida,
ensina aos teus
ossos as boas práticas de comer,
sem nunca
mencionares o nome da despedida,
nem na rua invisível
do teu corpo,
imagina o vento
fatiado abraçando-se aos teus seios,
escrevendo neles...
Amo-te...
sem gaguejares,
sem medo de chorar,
os abutres cardumes
da insónia
que se alicerçam
aos teus cabelos de luar,
queima o filme negro
da tua vida... como quem pronuncia pela última vez a palavra amar!
Francisco Luís
Fontinha
Alijó, 22 de
Novembro de 2014
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