domingo, 5 de outubro de 2014

Rio sonâmbulo


Aqui, pareço um tresloucado corpo volátil,
um rochedo impregnado de saudade,
aqui, sou uma montanha sem árvores,
uma ribeira sem poesia,
aqui, pareço uma equação trigonométrica sem solução,
um círculo,
o quadro... semelhante a uma prisão,
aqui, todos os pássaros são loucos,
aqui, todas as mulheres são em papel crepe,
e voam,
e partem...
aqui,
aqui, há um rio sonâmbulo que apelidaram de “DOR”,
e não há barcos com olhos verdes...
porque aqui, aqui, eu pareço um tresloucado corpo volátil,
que espera o regresso das mãos trémulas do teu sofrimento...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 5 de Outubro de 2014

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