O vampiro
ensanguentado
é filho de um
quadrado,
à noite, coitado,
adormece empoleirado no cansaço,
e pela madrugada,
acorda vestido de roseira,
nunca conheceu a
mãe,
apenas existe uma
fotografia pendurada no espelho do amanhecer,
e ao longe, e ao
longe uma fogueira...
e no centro da
fogueira... palavras que ele recusa ler,
é destemido, e é
solitário,
o vampiro
ensanguentado desiste de observar os plátanos
e os anzóis de
papel, senta-se junto ao rio...
e sonha com os
barcos de vidro,
apanha com a mão os
pedacinhos mais frágeis do vento,
sorri, sorri porque
acredita no luar,
o vampiro...
ensanguentado...
é filho de um
quadrado,
e detesta as
tempestades de amar,
não sei, não sei
se ele vai ler estas palavras...
terá de apagar a
fogueira,
ir ao seu centro...
e das cinzas,
ressuscitar os
corações de sofrimento.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 6 de
Outubro de 2014
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