Do teu silêncio
vulcânico,
pequenos milímetros
de saudade,
pedacinhos de beijos
suspensos nas andorinhas,
estrelas há, mas um
cortinado opaco ofuscam o teu olhar...
sereno,
uma sentinela fuma
vagarosamente o seu cigarro de sombras alcalinas,
e tu, tu pertencente
ao círculo trigonométrico, embrulhas-te no cosseno do desejo,
havendo sobre ti
alguns sobejantes sorrisos de Luar,
Ou...
talvez, ou talvez
não pertenças tu às noites sonolentas das camas de veludo,
do teu silêncio...
as gargalhadas dos
telhados cabelos que voam sobre a cidade,
A musicalidade das
tuas pálpebras quando se escancara uma janela de acesso ao mar,
o barco do sémen
encalhado nas tuas coxas de vidro,
uma jarra de
hortênsias envergonhada, suicida-se,
e no pavimento da
inocências alguns pingos de espuma do colorido amanhecer,
do teu...
… o silêncio
vulcânico insemina-se e cresce sobre os teus seios de Primavera,
louca,
a sanzala saltita
entre charcos e os desnudos pássaros com sabor a viagem...
Ou...
talvez, ou talvez
pertenças tu a um sonho impossível,
semeada no jardim da
solidão...
ou... ou do teu
silêncio vulcânico... acordem as cinzas da madrugada.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 30 de
Maio de 2014
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