foto de: A&M ART and Photos
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Círculos, círculos de ténue luz
sobre os teus olhos cinzentos,
lá fora ouve-se o granizo comendo os
sonhos daqueles que dormem, e saltitam sobre as nuvens de vento,
lá fora há pálpebras que choram,
automóveis que se recusam a andar,
suspendem-se nas canadianas, procuram
de vez em quando uma bengala de verniz...
lá fora tudo parece ser feliz, as
plantas argumentam nas palavras os distintos sons dos teus lábios,
círculos,
quadrados,
quarta-feira... a luz inverna e todos
os silêncios ancorados a ti,
tu, quem és?
tu... tu o que fazes junto a mim quando
me olho no espelho, quando descrevo as nódoas do meu rosto por meia
dúzia de palavras, tão poucas... mínimas... que apenas
pronuncio... “ausência e dor”,
e círculos..., círculos viciados em
sexo e drogas, deitados na relva do pôr-do-sol,
e... e círculos, círculos de ténue
luz sobre os teus olhos cinzentos.
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 2 de Janeiro de 2014
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