foto de: A&M ART and Photos
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Uma cabeça voa nas esferas
transversais da paixão,
pausa, recomeça num ritmo desenfreado
como se fosse uma gaivota na roda da solidão, chove,
dormes fingindo que sonhas, e sonhas...
fingindo que as mãos do desejo existem como existem... como existem
as árvores, como existem os pássaros... pássaros, como existem as
nádegas tuas nas cansadas geadas,
oiço e sinto-te quando caminhas no
corredor da escuridão, trémulo, estonteante, como um vagabundo em
busca de moedas esquecidas nas madrugadas do adeus, e chove e ris-te
como se eu fosse o teu único espelho das manhãs sem sentido,
uma cabeça, uma cabeça regressada do
infinito espaço das arcadas sem janelas,
os pássaros, os malditos pássaros, a
loucura, a eterna loucura quando imitas os pingos Invernais da chuva,
hoje chove,
hoje parecias triste, ausente... um
ninguém... sem cabeça, ela voa, ela parece um pássaro à porta de
entrada do pólipo envenenado, hoje, hoje chove e tu, e tu... uma
cabeça voa nas esferas transversais da paixão,
não dormes,
não comes... mentes,
e acreditas nas palavras que escrevo
quando eu nunca escrevi nada, nada, nada do que tu percebas, do que
tu entendas, porque eu, eu... sou uma cabeça que voa, que voa,
voa... da paixão,
e na paixão adormeceu... e da
paixão... morreu.
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 1 de Fevereiro de 2014
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