foto de: A&M ART and Photos
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Saturno nas tuas trémulas mãos de
sede,
o infinito que habita nos teus olhos
despede-se da maldição madrugada,
há um livro em desgraça,
uma fogueira inventada que consome a
tua fúria no centro da praça,
há uma calçada com braços e mais
nada,
e... e Saturno que teima em viver
dentro de ti,
assim,
como vivem as plantas nos charcos das
sanzalas de prata...
como tu desenhando cigarros de lata nos
vidros da janela azul,
Saturno sempre nos teus lábios,
comendo Primaveras,
aos Sábados... em tristes sábios,
Saturno saturado da cidade,
da chuva,
do vento que teima em desabitar os teus
cabelos das nuvens cinzentas...
Saturno é como as árvores que cobrem
as tuas pálpebras de solidão,
e sempre que uma gaivota grita o teu
nome em vão...
Saturno não se cala,
se revolta,
se revolta como os homens de uma
canção,
Saturno nas tuas trémulas mãos de
sede,
correndo cinzeiros,
escrevendo palavras no corredor da
morte...
Saturno... Saturno sem sorte... sorte
que nunca teve porque de feiticeiro nasceu o texto com beijos de
avião...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2014
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