Foto: Ellestudio.net / Fabien Queloz
photographi
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Nesta vida de nada
que não me pertence porque amanhã sou
apenas um grão de areia
vagueando pelas calçadas da cidade
nesta vida sem nada
caminho caminhando... procurando as
palpitações das pálpebras embriagadas
e sinto-me pertencer aos mausoléus da
saudade
e às janelas quebradas...
nesta vida há o nada e o alguém
que ama
que busca
que cresce... e morre também
nesta vida eu sou o quê? uma pedra um
sapato pontiagudo ou uma enxada?
Nada não sou nada
nesta vida de ninguém
nesta triste vida de nada,
Eu sinto-me uma alma penada
um pedaço de papel ardendo nos teus
seios
nesta vida de corpos circunflexos... e
anexos... e nesta vida de equações lineares
em nada
sou o nada
e sinto-me uma pedra pesada
tão pesada como a penugem de uma
gaivota
nesta vida malvada sou um crucifixo
disfarçado de madrugada
uma lápide
ou uma dolorosa argila sofrendo nas
mãos do pedreiro
que antes de uma vida de anda
foi mestre em culinária e barbeiro...
e carpinteiro... poeta sofredor... e nada... nada de doutor.
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2014
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