foto
de: A&M ART and Photos
|
Desço da tua árvore em desejo como
uma serpente sem veneno...
sou a tua caligrafia quando a noite se
perde em ti
e tu
tu pareces um pedaço de papel sem
palavras
paixões de areia que voam com a
tempestade
amores de gelo que acordam entranhados
em geada
saudades e saudades e saudades...
saudades de não ter saudade...
de ti...
… de ti quando eu era o teu corpo
mergulhado no cacimbo desempregado
triste...
tão triste como os candeeiros da
cidade do mendigo embriagado...
Desço da tua árvore
visto-me de caligrafia gaivota sobre os
telhados da penumbra madrugada
oiço-te em gemidos vagabundos e das
alegres naftalinas que o dia contempla... sofres
e finges que a Primavera inventou a
caligrafia das tuas mãos envelhecidas,
Vai e sente a deslumbrante areia branca
com janelas de xisto viradas para os socalcos da dor
e que em ti cresçam e se alimentem as
ardósias tardes em literatura
não
não te revoltes
não
não tenhas medo das gaivotas em
caligrafia desgovernada... quando das flores cardumes de abelhas
invadem os enxames
de peixes que a manhã constrói depois dos pingados beijos
descerem...
descerem
da tua árvore em desejo
em
silêncio
o
medo
a
boca que arde e em jeito de meia-caligrafia...
oiço-te
em torradas e chás de menta... eis o desejo como uma serpente sem
veneno...
@Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira,
24 de Janeiro de 2014
(por
razões de ordem pessoal, nas próximas semanas, não publicarei...
poesia, texto...)
Sem comentários:
Enviar um comentário