foto de: A&M ART and Photos
|
Que o silêncio acorde em ti, que de ti se masturbem
as flores cinzentas dos jardins clandestinos das mãos sem Luar, que
de ti se alimente o vento, a solidão, que em ti adormeça a paixão
e os candeeiros sem braços de porcelana, que o silêncio amordace a
tua doce boca de jasmim, sem mim, assim
Olá noite vestida de branco...
Olá meu querido vestido de negro insónia com
suspensórios de burburinho moinho em palavras sem poesia, olá
primeira fila, olá segunda cadeira, à direita, olá holofotes e
estrelas de papel higiénico, olá balões e castanhas árvores de
sorriso nos lábios, olá vodka, olá
Olá noite vestida de branco...
Olá Xokolatte com Margaridas colores,
Assim,
Que o silêncio se entranhe nos teus cabelos e deles
acordem as noites vagabundas dos cais de embarque, que todos os
petroleiros e afins se afundem no teu púbis hieroglífico como
sandálias tristes cores derretidas em suor ordinário dos corpos
transpirados, que tudo em ti seja meu, a fome e os pilares dos
melódicos sons, que a tua voz alvoreça e adormeça e
Assim?
Acorde, viva, e durma sobre o meu peito, que venham
todas as tempestades e derrubem todos os silêncios que a noite tece
como uma teia, como a rede que nos separa, como o dia se transforma
em noite, como a tarde se transforma em sexo e o sexo em lágrimas
com sorriso para o Tejo, que os cacilheiros entrem em nós, brinquem,
fodam-nos como fodem as gaivotas voláteis dos tristes medos de
Alcântara, que sejas tu a travestires-te de carruagem sem
locomotiva, que sejas tu a disfarçares-te de holofote suspenso nas
glândulas apátridas dos nomes começados por...
F
R
A
N
C
I
S
C
Olá... menina dos silêncios encaixotados quando as
plumas madrugadas
Poisam,
Em mim,
Em ti, em cima da mesa-de-cabeceira, os livros
apilhados desde o chão até... comprem meninas comprem,,, meias da
casa Baiona... que chegam dos fundo dos pés até ao cimo da C...,
comprem, comprem meninas comprem,
Poisam em mim as tuas imaginárias mãos de
pergaminho, oiço o baloiço do ciume descendo a calçada, oiço os
gonzos prisioneiros a despedirem-se das janelas em viagem, oiço o
apito do marinheiro em cio à procura de dos corpos insufláveis onde
dormirá nos próximos dias, e as horas não brincam, e as horas
correm como veleiros esquecidos no centro das tempestades de cimento
branco, há uma ponte que nos liga
Ligava?
Naufraguei em ti?
Há relógios loucos, há carroças puxadas por
homens e burros que puxam adornados carros encarnados, há mulheres
dentro do teu corpo que absorvem a solidão, e por essa razão
Procurei-te hoje,
Domingo de Solidão...
(não revisto - ficção)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo de Solidão, 10 de Novembro de
2013
Sem comentários:
Enviar um comentário