foto de: A&M ART and Photos
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há tanto silêncio nos lábios de um
rio
há dor insignificante nos braços de
um drogado
há pétalas cansadas nos guindastes
dos teus olhos
pérfidas madrugadas
poemas e velhas canções
há janelas de onde nada consegue
sobreviver como as ratazanas de esgoto
escadas sem corrimão de acesso ao
sótão da insónia
há poetas e aprendizes de poetas
e eu
eu nem uma porta de entrada consigo ser
nem uma simples fechadura consigo abrir
e este coração é louco entre
palavras e sensações
memórias
histórias
canções perdidas nos teus seios de
capim...
há tanto silêncio nos lábios de um
rio
que sinto medo de morrer
partir
morrer e não saber como são os
socalcos depois de a chuva cair
partir
sem o saber
livremente voando sobre ti em desenhos
quadrados de um colorido beijo
há tanto silêncio
sobre o caixão invisível que embrulha
a minha paixão de esferovite...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 23 de Setembro de 2013
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