foto de: A&M ART and Photos
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embriagas-me os olhos em silêncios
neblina
como esperanças vãs
e manhãs adormecidas
que dentro ti
voam como serpentes em desejo
no veneno tua doce mão
que dentro de ti
entre o beijo e a saudável poesia
embriagas-me
os meus olhos sintéticos pintados com
acrílicas insónias
e dizes que as minhas pálpebras são
os pedaços da noite
mergulhadas em mesas de café...
embriagas-me como paixões de areia
no coração dos barcos apaixonados
indefinidos sem saberem o sexo das
marés travestidas de baloiço
onde me embriagas
e me comes
e sinto o meu esqueleto vaguear sobre
as tuas coxas de cereja
como um transeunte ausentado das
madrugadas em papel
branco vazio sem palavras ou...
recheado de cadáveres empobrecidos...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
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