quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Rosas de amar

foto de: A&M ART and Photos

Rosas... rosas de amar, cansativas rosas após um estonteante dia louco de silêncio absoluto, nada existia que brotasse um simples melódico som, nenhum barulho, nada, nada que se ausentasse de mim e me deixasse adormecer sobre as roseiras do jardim dos cossenos de areia,
Havia bruxas vestidas com panos em tecido falsificado, havia bruxos com mamilos de bruxas, e havia os apelidados tresmalhados do Reino, que de degrau em degrau, vão subindo, proliferando como camaleões embrionários, gajos e gajas, nojentos como os bichos, agarram-se ao galho mais resistente... e ficam lá até ser dia,
Rosas, meu amor, trouxe-te rosas, rosas de amar, rosas após o pequeno-almoço, rosas depois do almoços... e roas depois de fazermos amor,
Abrimos a janela
Rosas? Claro que sim, claro que sim, até que seja dia, eles, elas, todos, lá estarão à espera do prometido, Rosas
Sim, meu amor, Rosas...
A velha Singer
A vomitar, Rosas,
Amar, rosas de, inventadas pelas mãos da bruxa voadora, quanto ao bruxo, quietinho a aparelhar os mamilos como limões acabados de colher, frescos, rijos, ainda meio amargos, a vomitar,
Rosas, sim, sim meu amor, são rosas de amar, rosas, com pétalas em papel, com palavras, textos, poemas, com lábios e ti quando tu brincas no meu jardim, olhas-me, e não me desejas, viras-te para a janela dos vidros negros, chamas ao vento noite e à noite, à noite chama-la de sexo, e voas sobre mim, danças, e brincas no meu jardim, sim, sim meu amor, são, são rosas de amar, rosas, simples, morenas, negras, encarnadas
Brancas?
Não, sei, não sei meu amor,
E oiço-te suspirar dentro da escuridão, há uma vazio de películas parecendo imagens a preto-e-branco desnecessárias, cansadas, hoje o dia, cansativo como os teus olhos, quando regressas do infinito e me trazes um presente
Outra vez rosas, meu amor?
São rosas de amar, meu querido, são rosas de amar,
E assim, a bruxa, o bruxo, os gajos e as gajas suspensos e suspensas nos galhos dos ramos das árvores mais resistentes do Reino... tombaram, e fingiram viver felizes até que a morte os separasse,
Ninguém morreu,
Apenas as rosas, rosas de amar, e ninguém vai morrer, porque estas rosas não são de comer, são verdadeiras, são rosas...
De... amar,
Rosas.

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sem comentários:

Enviar um comentário