foto de: A&M ART and Photos
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Rosas... rosas de amar, cansativas rosas após um
estonteante dia louco de silêncio absoluto, nada existia que
brotasse um simples melódico som, nenhum barulho, nada, nada que se
ausentasse de mim e me deixasse adormecer sobre as roseiras do jardim
dos cossenos de areia,
Havia bruxas vestidas com panos em tecido
falsificado, havia bruxos com mamilos de bruxas, e havia os
apelidados tresmalhados do Reino, que de degrau em degrau, vão
subindo, proliferando como camaleões embrionários, gajos e gajas,
nojentos como os bichos, agarram-se ao galho mais resistente... e
ficam lá até ser dia,
Rosas, meu amor, trouxe-te rosas, rosas de amar,
rosas após o pequeno-almoço, rosas depois do almoços... e roas
depois de fazermos amor,
Abrimos a janela
Rosas? Claro que sim, claro que sim, até que seja
dia, eles, elas, todos, lá estarão à espera do prometido, Rosas
Sim, meu amor, Rosas...
A velha Singer
A vomitar, Rosas,
Amar, rosas de, inventadas pelas mãos da bruxa
voadora, quanto ao bruxo, quietinho a aparelhar os mamilos como
limões acabados de colher, frescos, rijos, ainda meio amargos, a
vomitar,
Rosas, sim, sim meu amor, são rosas de amar, rosas,
com pétalas em papel, com palavras, textos, poemas, com lábios e ti
quando tu brincas no meu jardim, olhas-me, e não me desejas,
viras-te para a janela dos vidros negros, chamas ao vento noite e à
noite, à noite chama-la de sexo, e voas sobre mim, danças, e
brincas no meu jardim, sim, sim meu amor, são, são rosas de amar,
rosas, simples, morenas, negras, encarnadas
Brancas?
Não, sei, não sei meu amor,
E oiço-te suspirar dentro da escuridão, há uma
vazio de películas parecendo imagens a preto-e-branco
desnecessárias, cansadas, hoje o dia, cansativo como os teus olhos,
quando regressas do infinito e me trazes um presente
Outra vez rosas, meu amor?
São rosas de amar, meu querido, são rosas de amar,
E assim, a bruxa, o bruxo, os gajos e as gajas
suspensos e suspensas nos galhos dos ramos das árvores mais
resistentes do Reino... tombaram, e fingiram viver felizes até que a
morte os separasse,
Ninguém morreu,
Apenas as rosas, rosas de amar, e ninguém vai
morrer, porque estas rosas não são de comer, são verdadeiras, são
rosas...
De... amar,
Rosas.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
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