segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sem saber o que fazer

foto: A&M ART and Photos

Caleidoscópio teu olhar
perfurando sílabas e algas com sabor a mar
erguendo-se de ti a manhã decalcada na sombra do luar
às penumbras horas prisioneiras em teus seios de cristal,

Oiço em ti a perfumada rosa acabada de nascer
correndo quintais de areia sem o saber
birras de uma criança quando aprende a ler...
e oiço-o contra a minha solidão suspensa nas páginas de um velho jornal,

Sinto o meu rosto estampado num muro em betão
oiço-o cantar e sofrer nas palavras canção
é ele o indesejado nobre meu coração
inventando pedaços de algodão no silêncio pedestal,

O meu corpo em crepe papel
lutando nas correntes de ar argamassadas do fingido cordel
que a boca sobeja e morre na pele...
morre crucificado o esqueleto de metal.

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha

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