foto: A&M ART and Photos
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Deixei de ti os silêncios
envergonhados
alicerces maleáveis com cabeça de
madeira
deixei em ti o sulco prometido das
rosas envelhecidas
cantigas da madrugada
cantigas... palavras húmidas
que o teu corpo absorve
como uma esponja recheada de lâmpadas
de halogéneo...
como uma mão emprestada,
Cantei de ti
as cantigas profanadas nos jardins da
insónia
gostei de ti em ti depois das estrelas
sobre a cama nocturna com olhos de luar
entrarem em mim
deixei de ti
os silêncios envergonhados...
deitados os maleáveis sonos
programados pelo relógio portátil em paredes ocas de gesso...
e um coração de ti parece romper as
cordas que prendem a tenda do circo ao chão de areia,
Cansei-me de ti
em ti
por mim
entre colunas de granito e traves
velhas de castanho...
cansei-me
das palavras ocas das paredes húmidas
em corações de gesso?
Mentiras de ti quando acordam em mim os
silêncios envergonhados...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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