foto: A&M ART and Photos
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Tão só como as andorinhas em papel
que brincam na tua mão exagerada
as migalhas do xisto mendigo correndo
montanha abaixo
e depois
as carícias que a tua pele de neblina
inventam no meu corpo de Primavera,
Vejo a névoa que os teus olhos
alimentam à roldana das horas
voando entre finas esparsas manhãs com
chocolate em pó...
dos ponteiros do meu relógio sem pulso
uma deslumbrante doentia pulsação
esmorecendo nos finais de tarde
e entra-me o rio no meu corpo de
madeira,
Encharca-me o peito
e sinto a inundação do meu coração...
coitado
… à deriva como uma barcaça
perdendo as letras do nome
em cada esquina da cidade com as
sombras árvores em silêncios nocturnos
e eram assim os meus dias aprisionado
em ti não o sabendo,
Em mim perdido como um charco de lama
derretido no musseque da lentidão
desce a noite
cobrem-se-me as pálpebras com as
palavras de ti
vagueando no cansaço espelho do
guarda-fato o meu destino imaginário
….............
tão só,
tão só,
As andorinhas em papel ardendo na
lareira dos teus seios
submersos no meu peito
se ainda o tenho
porque não o sinto
porque... também eu transformei-me em
homem de papel...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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