foto: A&M ART and Photos
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Ouves as mãos de chocolate vagueando
sobre a tempestade de cereal em forma de palavra
escreves-me dos tentáculos silêncios
dos vulcões entranhados na montanha teus seios
e um arbusto chora a tua ausência
como se o vento adormecesse nas
melancólicas mesas de granito
que um buraco de minhoca alimenta em
pedaços de paixão
e tristes casas de areia com vista para
a cidade dos barcos amargurados,
Ouves tuas minhas cansadas desilusões
que o mar engole como Sereias de papel
e nada fica eterno
oiço-os fingindo escadas de acesso ao
tecto da insónia história
não existo
desisto
de procurar palavras numa calçada sem
nome num bairro esquecido no altímetro do Mussulo,
Vagabundeio semi-nu procurando terrenos
para aportar
meus alicerces de tristezas manhãs de
Primavera
a astronomia minha amiga inventa-me
estrelas com pequenos torrões de açúcar
goiabada e mandioca
habitávamos em corpos sonâmbulos pela
infinita distância sem que o universo nos informasse
dos projectos para ultrapassarmos as
difíceis tardes abraçados a um rio imaginário,
Doente
sem nome dizendo-se filho das grandes
palavras esquecidas nas cúbicas coxas cinzentas
que deixam os pássaros embriagados em
penumbras cristas de azoto
finíssimas peles bronzeadas como
noites escurecidas num qualquer confim de África...
e invento a felicidade com pedaços de
capim e uivos de mabecos
enquanto um velho papagaio de papel
circula no céu como uma ventosa em busca da saudade...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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