foto: A&M ART and Photos
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acreditava e não percebendo porque os
olhos do meu amor
não são estrelas
cores
desenhos entalados nas fendas dos
tristes murais de areia...
acreditava que vivias no silêncio
como
provavelmente tu também pensavas
acreditar
que sendo eu filho de uma árvores e
dos restos finados do capim...
um dia hoje amanhã quem sabe
acreditávamos
voar sobre as tão distantes palavras
de nós
proferidas pelas gargantas humilhadas
na miudinha chuva de Maio,
tão pouco sei se tenho amor
ou um esqueleto embrulhado em cristais
poemas
sobre a tempestade dos arames onde
suspendo a minha roupa depois de lavada,
acreditava,
e tão pouco percebo a tua existência
e entendo-a como uma sombra plantada no
vento
ou como um barco rabelo semeado nos
socalcos do sonho
correndo madrugadas
e inventando dores
cansaços
e... tão pouco sei se és o meu amor
ou se sou eu o amor sem amor,
acreditava não acreditar em palavras
parvas
obscenas
inscrições maternas na palma da minha
mão
e feliz eu contente
por perceber que ainda tenho mão
e mãe
… quanto às palavras e ao amor...
auto-suspendo-me das funções que me foram confiadas.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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