Não sei
nunca percebi as tuas palavras despidas
e nuas
não sei e não percebo as antigas
línguas de fogo
que as tuas mãos aprisionam como o
fazem todos os amores das noites inventadas,
Acordam os amantes e as lágrimas
derramadas
barbies madrugadas com seios de prata
e olhos em penumbra escuridão aos
lábios em marés de silêncio
não sei
como será a lua depois da morte,
Não sei
como será o amor depois do vidro
coração
se partir e repartir em pedacinhos
que as alvoradas cintilações
adormecem
e comem como se comem as torradas com
fénix dilacerada,
E nada
nem a noite
nem a triste madrugada
nem uma janela desesperada
no asfixiar sémen das palavras por
dizer,
Ela suicida-se nos peitos amargos dos
amantes de luz
deita a cabeça
cerra hermeticamente os olhos de
solidão
puxa por um cigarro esquecido sobre a
mesa-de-cabeceira
e percebe que ele há nove meses que
não fuma,
E não sabe
e eu também não sei
se é menino
menina
ou gémeos contratados como as estrelas
de papel dos orgasmos nocturnos,
Que voam
voam como pássaros imundos
sujos
sem cigarros como eu
como eu há nove meses sem fumar.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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