terça-feira, 11 de setembro de 2012

A fogueira do sono

Gotinhas de sorrisos suspensos nos teus lábios
dissipam-se de mim as faúlhas das tempestades de insónia
o fogo imerso no teu ventre
ao redor das tuas coxas cansadas nas planícies do amanhecer

quero ser uma abelha
e voar como as gaivotas da minha terra
vestir-me de silêncios de mar
quando os barcos entram no teu púbis
e da janela da saudade
as flores do teu jardim
transformadas em luz
corre

foge de mim entre as árvores pintadas nos muros da infância
e junto à Maria da Fonte
olha-me
deixa-me um sorriso para eu recordar em noites de desejo

dá-me a tua mão
e vamos ver os barcos
e vamos aos Coqueiros
e vamos...

foge de mim
e olha-me como se eu fosse uma amoreira
sempre adormecida nas palavras da fogueira do sono

(poema não revisto)

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