O amor
é uma coisa defecada
numa esplanada
junto ao rio,
sem palavras
entre coisas loucas
e poucas loiças coisas apaixonadas
sem cabeça
as flores do amor defecado
as malditas flores
dos coisos
coisos amores loucos
poucos em ti
as noites sem paixão
O amor
é uma coisa defecada
numa esplanada
junto ao rio,
(um rio que nunca foi rio
numa cidade com prédios de plasticina
e amêndoas doces
um rio construído na amargura
sem barcos
nome
ou um simples número de polícia
um barco sem braços e sem pernas devorado pelos livros da aldeia em ruínas
sem cabeça
as flores do amor defecado
poucos em ti
as noites sem paixão)
só existe uma forma de ser feliz;
voar como os pássaros
e ser louco como os poetas
e ser livre
livre dentro da noite
como todos os travestis invisíveis da cidade.
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