terça-feira, 14 de agosto de 2012

Estrelas sem coração

Este meu destino
de sobriamente abandonado pelas aves das trevas
quando do relógio das pálpebras
emergem as candeias e
e deus desce pelas escadas de cartão
e o meu corpo transforma-se em vento ensanguentado
entre papeis
e mulheres de porcelana

amores risíveis
mas não
ou então

das ruas miseráveis da plenitude madrugada
um homem sem cabeça
apaixonadamente ama
ama verdadeiramente o quê?
Se o céu é de fogo
e da terra
oiço as frestas cansadas das estrelas sem coração
o amor?

E da terra
se o céu é de fogo
ama verdadeiramente o quê?
o amor?

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