quinta-feira, 10 de março de 2016

Apressadamente


Caminho apressadamente

Para os teus braços invisíveis

Regressa a Primavera e depois o Verão

E nós sem amanhecer

Nem vontade

De desenhar a alvorada no chão…

O teu corpo sente

O meu corpo mente

Velozmente

As palavras de escrever

Caminho apressadamente

Com vontade de te ver

Sentir em mim o sentir

No brincar das tuas mãos em liberdade

Com o poema de sorrir…

Caminho

Caminho apressadamente

Como um livro a fugir

Da fogueira do adeus

E do vento

E da chuva

E do beijo a cair

Sobre os lençóis da madrugada

A penumbra espuma

Saltitando à janela

Sem bruma

Nem desejo que segure nela…



Francisco Luís Fontinha

quinta-feira, 10 de Março de 2016

terça-feira, 8 de março de 2016

Cartas de amor e jardins sombreados


A aldeia deserta

Tenho no corpo o peso da saudade

Que desertou dos jardins suspensos dos teus lábios

A tempestade alicerçou-se às tuas mãos

Como se alicerçaram as sombras nos meus cabelos

A aldeia deserta

E eu, e eu recheado de sonambulismo,

Sonhos

E saudade…

De regressar à aldeia deserta

Onde habitam os meus ossos

E as minhas cartas de amor!

 

Francisco Luís Fontinha

terça-feira, 8 de Março de 2016