segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Equação do desejo


Quando a equação do desejo se perde na escuridão
e há uma incógnita sonolenta embrulhada na ardósia da tarde
nada a fazer
esperar
ou... ou chorar
ou... ou escrever,

Quando a equação...

É um pedaço de chuva alicerçada à tempestade
o xisto envenenado reaparece nos socalcos em fuga
nada a fazer
olhar o mar
ou... ou inventar palavras de amar
ou... ou desenhar o sorriso da Garça sem o saber,

Quando a equação...
… quando a equação te faz sofrer.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 17 de Novembro de 2014

domingo, 16 de novembro de 2014

pedaços de inveja


as migalhas são pedaços de inveja
da miserabilidade dos enlatados caixões de porcelana
há sempre uma janela não encerrada...
há sempre uma porta sem saída
não iluminada
há sempre uma rua finíssima
tão fina como as fatias de poesia
que o poeta deixa num banco de jardim.



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 16 de Novembro de 2014