sábado, 1 de setembro de 2012

As estrelas sem nome

Escolho a primeira pedra do amanhecer
e abdico do desejo a que tenho direito
deixaram de me interessar os desejos e os sonhos
escolho a primeira pedra do amanhecer
e espero que os pássaros na acácia madrugada
desçam para junto do mar
e que da terra vermelha
cresçam as migalhas de suor que alimentam as estrelas sem nome

sem terra
sem destino
sem amigos
apenas entre as pedras da calçada
ruas desertas nas esplanadas imaginadas por um solitário louco
e mendigos com uma sebenta na algibeira
e cigarros de enrolar com que escrevem palavras
na sebenta sem terra sem destino sem amigos....

(as estrelas sem nome)

escolho a primeira pedra do amanhecer
e acredito que um dia
regressarei aos teus braços embrulhados no mar
no mar sem terra sem destino e sem amigos
um mar só meu
um mar com barcos de brincar
e papagaios de papel no céu nocturno da solidão
antes do cacimbo adormecer nos teus ossos de silêncio infância.

(poema não revisto)

sexta-feira, 31 de agosto de 2012


Lua Azul

Tão triste
ver o silêncio da Lua Azul
e saber que o teu sorriso
deixou de acordar
Tão triste
ver o silêncio da Lua Azul
e saber que o teu olhar
cessou no jardim da saudade

tão triste
hoje
a noite

com a cidade construída de medo
e janelas de sofrimento
as lágrimas de luz
sobem aos móveis da melancolia

o vento
tão triste
hoje a noite de Lua Azul...

(poema não revisto)