sábado, 7 de abril de 2012
O esboço da maré
Este barco sem rumo
Nas águas cansadas onde dormem as rosas vermelhas
Este barco sem rumo de âncora aguçada
Entre as nuvens e a lua atormentada
O poeta faz um esboço na maré
Com o carvão inventado das lágrimas da noite
O poeta é um parvalhão
Dentro do barco sem rumo
À procura das sandálias da infância
Teso sempre teso como o fio-de-prumo
Que liga a janela da noite à janela do dia
E o corpo do poeta
Nada mais de que as palavras em revolta
Nada mais
Poeta parvalhão
Sempre teso
Sempre sem tostão
Poeta de merda.
Nas águas cansadas onde dormem as rosas vermelhas
Este barco sem rumo de âncora aguçada
Entre as nuvens e a lua atormentada
O poeta faz um esboço na maré
Com o carvão inventado das lágrimas da noite
O poeta é um parvalhão
Dentro do barco sem rumo
À procura das sandálias da infância
Teso sempre teso como o fio-de-prumo
Que liga a janela da noite à janela do dia
E o corpo do poeta
Nada mais de que as palavras em revolta
Nada mais
Poeta parvalhão
Sempre teso
Sempre sem tostão
Poeta de merda.
Há de acordar o dia
Há de acordar o dia
Nos pergaminhos do teu corpo invisível
Há de evaporar-se a noite no centro do mar
Há de fugir de mim a solidão
E a tristeza
Há de regressar
A vontade de amar
De ler
Escrever
Há de acordar o dia
E todas as janelas descerradas
E todas as luzes felizes na tua mão
Há de crescer algas nos teus lábios
E desejos na tua boca
Há de nascer um livro
Nos teus seios de cristal
Há de acordar o dia
Que serei livre de gritar que te amo
(Há de crescer algas nos teus lábios
E desejos na tua boca
Há de nascer um livro
Nos teus seios de cristal)
E não me importo que me chamem de louco
Porque quando acordar o dia
(há de acordar o dia)
Quando acordar o dia…
Gritarei que te amo.
Nos pergaminhos do teu corpo invisível
Há de evaporar-se a noite no centro do mar
Há de fugir de mim a solidão
E a tristeza
Há de regressar
A vontade de amar
De ler
Escrever
Há de acordar o dia
E todas as janelas descerradas
E todas as luzes felizes na tua mão
Há de crescer algas nos teus lábios
E desejos na tua boca
Há de nascer um livro
Nos teus seios de cristal
Há de acordar o dia
Que serei livre de gritar que te amo
(Há de crescer algas nos teus lábios
E desejos na tua boca
Há de nascer um livro
Nos teus seios de cristal)
E não me importo que me chamem de louco
Porque quando acordar o dia
(há de acordar o dia)
Quando acordar o dia…
Gritarei que te amo.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
O coveiro de Portugal
Enterra os vivos
E os mortos
E os que vão nascer
Tira aos pobres
Para dar aos ricos
Tira aos menos ricos para dar aos mais ricos
“Estás lixado Pá”
Nós é que estamos lixados Pá
E os mortos
E os que vão nascer
Tira aos pobres
Para dar aos ricos
Tira aos menos ricos para dar aos mais ricos
“Estás lixado Pá”
Nós é que estamos lixados Pá
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