quinta-feira, 15 de março de 2012

Infinitamente azul

Infinitamente azul
O fio de nylon que se alicerça nos teus olhos
A tarde transparente
Suspensa nos teus lábios

Infinitamente azul

A noite travestida de dia
O espelho do guarda-fatos abraçado à alvenaria
E à janela
Um livro de poemas
Engasgado nas palavras
Vomitando a luz do dia

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sorriso oblíquo

Oblíquo o meu sorriso
Quando se abraça a duas retas paralelas
Depois da tempestade
E antes de acordarem todos os olhares
Que atormentam a maré

Ridículo o meu olhar
As flores e todos os braços das árvores

E todas as sombras da noite
E todas as ondas do mar.