sábado, 19 de novembro de 2011
O barco de papel
Um barco de papel
Cruza o oceano
Um barco que nasceu
Das mãos de uma criança
Um barco de papel
Cruza o oceano
E o cordel
Que o amarra às estrelas
Balança
A criança olha-o e ele extingue-se
Nos lençóis da noite
E assim vim de Angola…
Vim de Angola num barco de papel
Preso às estrelas penduradas no céu
Construído por mim
Eu em criança sonhava
E do papel fazia barcos
E papagaios…
E o céu tinha muitas estrelas
Onde prendia os meus barcos de papel
Onde guardava os meus papagaios de sorriso amarelo
E cruzava o oceano sentado debaixo das mangueiras…
Chamava pelo mar
E sentia o Mussulo na minha mão.
Cruza o oceano
Um barco que nasceu
Das mãos de uma criança
Um barco de papel
Cruza o oceano
E o cordel
Que o amarra às estrelas
Balança
A criança olha-o e ele extingue-se
Nos lençóis da noite
E assim vim de Angola…
Vim de Angola num barco de papel
Preso às estrelas penduradas no céu
Construído por mim
Eu em criança sonhava
E do papel fazia barcos
E papagaios…
E o céu tinha muitas estrelas
Onde prendia os meus barcos de papel
Onde guardava os meus papagaios de sorriso amarelo
E cruzava o oceano sentado debaixo das mangueiras…
Chamava pelo mar
E sentia o Mussulo na minha mão.
Círculo de luz
Um círculo de luz
Poisa na janela da noite
E do meu corpo as palavras
Escrevem-se no espelho da lua
Oiço-te
Oiço os teus desejos misturados na auréola do poema
Oiço-te
Oiço o balançar das estrelas entre os teus dedos
E nas tuas mãos o poema mingua
O poema mingua no sedoso mel dos teus lábios…
Entra a noite em nós
E o teu corpo abraça-se ao pôr-do-sol
Poisa na janela da noite
E do meu corpo as palavras
Escrevem-se no espelho da lua
Oiço-te
Oiço os teus desejos misturados na auréola do poema
Oiço-te
Oiço o balançar das estrelas entre os teus dedos
E nas tuas mãos o poema mingua
O poema mingua no sedoso mel dos teus lábios…
Entra a noite em nós
E o teu corpo abraça-se ao pôr-do-sol
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
O fim do poema
Será o poema
Amante do poeta?
E se o poeta despir o poema,
Sílabas para um lado,
Vogais para o outro,
E se o poeta
Fizer amor com o poema?
E se o poeta pegar nas palavras
E se o poeta fumar as palavras
Antes de adormecer…
E se o poema se masturbar nas palavras?
E se às palavras nascerem asas
E às abelhas poemas
E aos poemas sombras de sémen…
Fodeu-se o poema
Nas mãos do poeta.
Amante do poeta?
E se o poeta despir o poema,
Sílabas para um lado,
Vogais para o outro,
E se o poeta
Fizer amor com o poema?
E se o poeta pegar nas palavras
E se o poeta fumar as palavras
Antes de adormecer…
E se o poema se masturbar nas palavras?
E se às palavras nascerem asas
E às abelhas poemas
E aos poemas sombras de sémen…
Fodeu-se o poema
Nas mãos do poeta.
Uma rua sem saída
A vida
Um milímetro quadrado de escuridão
Uma rua sem saída
Dentro da cidade solidão,
A vida
Um centímetro de nada
A vida na vida
Um milímetro quadrado de escuridão
Perdido na madrugada
A vida
O pular do coração
Numa rua sem saída…
Ai esta minha vida sem madrugada
A vida
Um centímetro de nada
A minha vida
Uma pedra de calçada
Que corre para o mar
Ai esta minha vida sem madrugada
Que não se cansa de chorar.
Um milímetro quadrado de escuridão
Uma rua sem saída
Dentro da cidade solidão,
A vida
Um centímetro de nada
A vida na vida
Um milímetro quadrado de escuridão
Perdido na madrugada
A vida
O pular do coração
Numa rua sem saída…
Ai esta minha vida sem madrugada
A vida
Um centímetro de nada
A minha vida
Uma pedra de calçada
Que corre para o mar
Ai esta minha vida sem madrugada
Que não se cansa de chorar.
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