sexta-feira, 1 de junho de 2012

Mar invisível

Trago de ti
todas as coisas belas
delas de ti
as coisas todas na tua mão
no meu peito

trago de ti
as cores do pôr-do-sol
todas as coisas belas
que nos teus lábios dançam
e brincam quando poisa a madrugada
nos lençóis do prazer

trago de ti
o amor
a vida incandescente
sobre o rio da noite
e todas as coisas belas
são elas

as palavras
que trago de ti
delas de ti
no meu peito

ao cair a noite sobre o mar invisível

manif – Alijó

quinta-feira, 31 de maio de 2012

POP DELL'ARTE - Querelle

tão bela ela dela a palavra


tão bela
ela
a poesia com marmelada
bela tão tão a palavra
dela

sem cigarros
tão linda
ela
na primavera

tão bela
ela
a poesia com madrugada
nela
à janela

tão bela
ela
dela
a poesia com marmelada
a poesia com madrugada

dela nela tão bela
a palavra
ela
tão bela

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Pop Dell'Arte - Contra Mundum

“ai que me vou morrer”


“ai que me vou morrer”
nas tuas coxas amarelas
ai ai ai
belas
relvas
ai
morrer
elas as ruas delas

no mar

“ai que me vou morrer”
nas tuas coxas
no ar
ao cu

do cu

ai ai “ai que me vou morrer”
do mar
sem vento
e no entanto
no entanto
ao cu ao cubo
ai ai ai
elas as ruas delas

terça-feira, 29 de maio de 2012

do outro lado da rua


do outro lado da rua
nua
ela crucificada nos ponteiros do relógio
nua

a tarde dentro da porta da noite
do outro lado
a rua

ela
ela nua do outro lado da rua
doze badaladas
meio dia
a felicidade dentro do alpendre
sem janelas

há urtigas em filetes
e framboesa
e do jantar
maionese com ilustrações
desenhos em areia
velas lírios à sobremesa

do outro lado da rua
ela
eu nela nua
a tarde sem literatura