Um grama de saudade
Que adormece em mim
Caminhando terra adentro
Caminhos sem fim
Caminhos sem liberdade,
Um grama de saudade
Nas profundas lâminas de
fogo
Da lareia ao inferno,
Um grama de saudade
Triste cansada amordaçada
Na chuva sem fim.
Um grama de saudade
Que caminha em mim,
Um grama de saudade
No solstício do medo;
Escondo-me
Ergo-me
Neste grama de saudade
Ao pedaço aconchego.
Um grama de saudade
À triste manhã sem raiz
Um grama de saudade
Liberta,
Liberta de mim.
Um grama de saudade
Na terra desalinhada
Profunda
Ou quase nada,
E neste grama de saudade,
Vejo minha pátria
roubada.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 03/01/2022