foto de: A&M ART and Photos
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Fingíamos o sossego quando dentro de
nós habitavam tempestades
fugíamos para o cume da montanha mais
próxima
abríamos uma das quatro janelas da
ginga
fundeávamos junto ao corpo emagrecido
que a madrugada acabava de expelir
fingíamos
e fugíamos
e uma chaminé alicerçava o vento à
copa das árvores
os pássaros pareciam agulhas
enfeitando panos de renda
e os poucos galhos dos desenhos
queimados...
apenas sobejaram os lenços de papel
lágrimas
e nada mais para recordar...
A saudade morria...
e aos poucos erguia-se o desejo cansado
virgem...
atraiçoado
Fugíamos das cavernas com carris de
prata
abríamos o livro dos sonhos na página
duzentos e sessenta e três...
a ginga vomitava soníferos gonzos com
alegres pregos de aço
a árvore de Natal tinha desmaiado...
tonturas
talvez devido ao excesso de luz
ou... com medo das sombras que todos
nós sabíamos existirem no nosso corredor sem portas
ouvíamos vozes que provavelmente
tinham a sua origem no presépio da loja Chinesa...
e confesso que não percebi patavina do
que elas diziam...
apenas percebi que a vaca sofria de
cólicas renais
e
nada mais.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013