Todas as noites
O corpo desajeitado
Desce a montanha da
solidão,
Todas as noites
O corpo mutilado
Agarra-se à espingarda
que poisa na sua mão.
Todas as noites
Brinca uma criança
traquina
Na palma de sua mão,
Todas as noites
Vejo a alma que ilumina
As palavras de uma
canção.
Todas as noites
São noites de adormecer
No silêncio de sua mão,
Todas as noites
Que não posso esquecer,
As palavras da minha mão.
Todas as noites
Nos versos cansados
Na minha mão,
Todas as noites
Há corpos envenenados
Envenenados pela minha
mão.
E todas as noites,
Sinto o cansaço do
anoitecer
Antes de dormir,
Todas as noites, são
estas noites
Noites de viver
Viver antes de partir.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 01/11/2021