Queimaste a insígnia
da paixão no sonífero adeus da tempestade,
dormes profundamente
só...
e te alimentas das
insignificantes metáforas da saudade,
trazes nas lágrimas
uma canção por escrever,
um poema se ergue na
tua mão,
e sem o saberes...
habitas na calandra
encaixotada do sofrimento,
não sei se algum
dia serei teu,
não sei... não sei
se lá fora há sol ou escuridão,
se é dia,
noite...
ou... uma mistura de
tons com odor a infância,
um barco encalha nos
teus seios,
transpiras... gemes
as sílabas do prazer,
esperas pelo nascer
da madrugada,
quando hoje não
haverá madrugada,
quando hoje... não
acontecerá nada...
se é dia,
noite...
ou... ou um pincel
disparado pela espingarda da solidão,
e se entranha no teu
sorriso...
e no entanto,
queimaste a insígnia
da paixão,
como quem apaga um
cigarro depois de te amar.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 22 de
Novembro de 2014