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sábado, 3 de junho de 2023

Tarde em silêncio

 

Às vezes, às vezes tínhamos pressa do cansaço,

Muitas vezes,

Das outras vezes,

Era o cansaço que se fartava de nós…

 

E escondia-se na algibeira do sono.

Às vezes, às vezes éramos acorrentados aos lábios do vento,

Muitas vezes,

Das outras vezes…

Era o vento que desenhava em nós a madrugada.

 

Às vezes, às vezes sentíamos no peito a gravidade…

E em cada segundo de colapso…

Percorríamos nove vírgula oito metros por segundo ao quadrado…

Tantas vezes,

Das outras e destas vezes…

E das vezes que não tínhamos vezes…

 

Caia sobre nós a tarde vestida de silêncio.

 

 

 

Francisco

03/06/2023