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sábado, 16 de setembro de 2023

Tempestade

 Das sete espadas do inferno

Recebo as cabeças dilaceradas pelo poema em veneno,

Depois, pego em todas as palavras e semeio-as na sombra desenhada pela noite,

Mausoléu do silêncio, vírgula suspensa na tarde,

Das sete espadas, recebo o primeiro beijo da madrugada,

Vestido de negro,

E pincelado de medo.

 

Do rio sonolento, as vozes do inferno, chamam-me e apelam-me…

“que o dia se transforme em noite,

E as estrelas,

Em beijos croché com pedacinhos de sonho…”

Nunca terás as chaves do céu, dizia-me ele antes das sete espadas…

Partirem em direcção ao nada,

Quando o dia se cansa da tarde,

E velozmente,

Suicida-se na mão do Magala que está sentado na Torre de Belém.

 

Das sete espadas do inferno

Recebo as cabeças dilaceradas pelo poema em veneno,

Recebo o livro, recebo a morte,

Depois,

Sento-me e olho pelas janelas do inferno…

A planície vestida de branco,

Com árvores em papel,

Depois,

Sento-me e olho pelo tecto do inferno…

As estrelas vestidas de silêncio

E o sol,

E o sol olha-me,

Puxa-me…

E abraça-me como quem abraça a tempestade.

 

 

 

16/09/2023

Francisco