Olho-te na
claridade nocturna da paixão
E este corpo que
transporto
Agacha-se junto
às pedras cinzentas
Que iluminam o
teu sorriso
Pareço o vento
Sou o vento
Quando dorme no
teu cabelo
E te abraça como
um louco poema
Louco só
Quando as
palavras
Se alicerçam aos
teus olhos de manhã ensonada
Olho-te sem
perceber porque morrem as crianças
Porque choram as
crianças no Inverno
Que trazem nas
veias o derradeiro veneno
E perdem-se nos
corredores da dor
Olho-te na
claridade nocturna da paixão
Que neste pobre desenho
habita
E depois da
morte
Vêm os braços da
fé
Quando rezas
Quando te
ajoelhas junto ao altar da maré dos silenciados luares
Uma lareira
incendeia as tuas mãos
Que ergues a
Deus
E no desenho
Acordas para a reencarnação
Alijó,
28/10/2022
Francisco Luís
Fontinha