terça-feira, 21 de março de 2023

O final do dia

 Às vezes

Pareço uma tela sem nome

Uma tela suspensa numa parede nua e fria

Um cadáver com fome

À espera do final do dia,

 

Às vezes

O meu Sol esconde-se nas montanhas desanimadas

Entre as árvores sem esperança

E as frias madrugadas,

 

Às vezes

Acredito que morri à nascença

Sou por isso um nato morto desencontrado

Vestindo um esqueleto de marfim,

 

E porra,

Porque às vezes,

Muitas vezes,

Estou tão cansado…

Tão cansado desta vida sem fim.

 

 

 

Alijó, 21/03/2023

Francisco Luís Fontinha

(Dia Mundial da Poesia)

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