No esplendor da noite
Um fio de sémen
Poisa na sombra
adormecida do meu esqueleto,
E da paixão dos pássaros,
Oiço os gritos de um Deus
arrogante…
Distante dos rostos
envenenados da solidão,
O rio,
Morre na minha mão…
Como morreram todos os
rios,
Como se suicidaram todos
os rios que conheci…
Todos,
Todos na minha mão,
Desenho no teu pincelado
olhar
A tristeza que os dias
transportam desde a montanha,
O sol, o sol esconde-se
numa pequena caixa de sapatos,
E do corpo,
As pequenas lâminas da
alegria…
Fogem em direcção ao mar,
Cai a máscara sobre o
chão lamacento do silêncio,
Ouvem-se os gritos e
gemidos da morte…
E da minha mão,
O enforcado rio em
pedacinhos de sorriso…
Feliz;
Feliz porque deixou de
sofrer…
E agora…
Brinca dentro de um cubo
de vidro
Com janelas adormecidas
E olhos adormecidos…
Alijó, 22/03/2023
Francisco Luís Fontinha
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